Menina de Acarape é umas das apostas da Associação Menina Olímpica
Entre as melhores atletas da equipe sub-20, Larisse Santos faz parte da turma talentosa que poderá ingressar na Marinha, através do programa Forças no Esporte
PROMESSA CEARENSE
Realizar o sonho de ser jogador de futebol não é tarefa fácil. E essa dificuldade é ainda maior quando se é mulher e vive em um país em que o futebol feminino não é valorizado. Mas, para a cearense Larisse Santos, 17 anos, não é impossível. Dedicada, não perde um dia de treino e acredita em seu potencial para chegar lá. “Estou lutando, me esforçando, suando, porque acredito em mim, e sei que tem muita gente que acredita em mim. Então, pelos que acreditam e por mim, vou lutar até o fim”, diz confiante.
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Nascida em Acarape, cidade a 54 km de Fortaleza, desde criança já era apaixonada pelo esporte e seu desejo sempre foi ser jogadora profissional. Por ser a única menina a praticar o esporte na cidade, jogava com os meninos para desenvolver suas habilidades. “Minhas únicas companhias eram os meninos no futebol. A gente se reunia, jogava, e, às vezes, marcava treinos”, lembra.
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Apesar de ser a única menina do grupo, nunca foi vítima de preconceito e sempre foi respeitada. “Existiam aquelas brincadeiras que acontecem quando uma menina está entre os meninos, mas eu não levava a sério. Lá eles me respeitavam, sabiam como eu era, então, era cada um no seu quadrado e o respeito prevalecia sempre”, comenta.
Os pais da jogadora questionavam seu interesse pelo futebol, pois não acreditavam na possibilidade de dar certo. Mas seu avô, João Bosco, foi o seu grande incentivador e sempre depositou esperança em seu talento. “Meu avô sempre me apoiou, sempre acreditou no meu potencial e fazia de tudo para que pudesse chegar a algum lugar”, diz.
FOTO: Larisse Santos
Descoberta para o esporte
Larisse foi descoberta em 2015 pelos radialistas Airton Albano e Tony Pereira após se destacar entre os meninos em copinha realizada na sua cidade. Os organizadores, a princípio, não aceitaram a presença dela no torneio, mas, Albano e Pereira recorreram e ela foi liberada para jogar. “Eles viram a capacidade que eu tinha de jogar bola, já que me destaquei no meio dos meninos, aí, eles me prometeram que tentariam arranjar um clube para mim”.
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Após concluir o ensino médio, se mudou com a mãe para Fortaleza e ingressou na Associação Menina Olímpica, criado há 10 anos pelo ex-jogador Chagas Ferreira e atualmente realizado em parceria com a Marinha, que cede o espaço para que as atletas possam treinar. A volante, posição em que joga, é uma das grandes apostas do projeto. “Ela tem uma história de superação. Não perde um treino. É extremamente profissional”, elogia Chagas.
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Entre as melhores atletas da equipe sub-20, poderá entrar para a Marinha por meio do programa Forças no Esporte. A Associação é parceira do núcleo desenvolvido na Escola Aprendizes de Marinheiros do Ceará (EAMCE), que seleciona atletas para o projeto de atletas olímpicos do Centro de Formação da Marinha (CEFAN-RJ), programa que além de colocar atletas nas seleções nacionais, tem parceria com o flamengo, do Rio. Larisse também aguarda parceria com uma faculdade para começar a cursar educação física.
Menina Olímpica
Criado em 2006, o projeto já recebeu cerca de 650 meninas e mulheres, revelando talentos para seleções brasileiras de base e grandes clubes, como a jogadora Katrine Costa, que atualmente joga no Corinthians Audax e seleção brasileira sub-20. Em 2016 o Menina Olímpica estreou no Campeonato Cearense de Futebol Feminino Adulto, sagrando-se campeã cearense, o lhe garantiu uma vaga na Copa do Brasil deste ano.
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